“Independência ou morte” foi uma obra encomendada pela Família Imperial, com a ideia de ressaltar o poder monárquico do recém-instalado Império. Pintada por Pedro Américo, em um estúdio em Florença, na Itália, foi concluída em 1888. Embarcou para o Brasil devidamente enrolada, com a moldura (também projetada pelo artista) desmontada.
Ao chegar, seguiu para o salão nobre do Museu Paulista, nome oficial do Museu do Ipiranga, localizado em São Paulo (SP). A tela só foi exposta pela primeira vez, em 7 de setembro de 1895, na ocasião da inauguração do Museu. Medindo 415cm x 760 cm, a pintura é bem maior que as portas e janelas da instituição. Dessa forma, ela foi montada originalmente onde está e nunca foi retirada do local.
Agora, uma equipe de nove profissionais, sob o comando da especialista em restauro do Museu do Ipiranga Yara Petrella, trabalha no reparo da obra. Com o tempo, a pintura sofreu desgaste, acúmulo de sujeira e alteração de cor por intervenções passadas.
A restauração incluiu várias etapas, desde pesquisa de documentação até análise química das tintas usadas e varredura com luz infravermelha. A moldura também foi reconstruída em diversos pontos e a folheação de ouro foi refeita. O trabalho tem previsão de ser concluído ainda este ano, junto com a reabertura do Museu – fechado desde 2013 para reformas. A expectativa é de que as portas sejam abertas em 7 de setembro de 2022.
Sobre Pedro Américo
Nascido em 1843, na Paraíba, Pedro Américo de Figueiredo e Mello foi um pintor, desenhista, professor, caricaturista e escritor brasileiro. Por volta de 1855, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II e no ano seguinte ingressou na Academia Imperial de Belas Artes (AIBA). Entre 1859 e 1864, com bolsa concedida pelo imperador dom Pedro II, estudou naÉcole National Superiéure des Beaux-Arts, em Paris, na França.
Retornou ao Rio de Janeiro em 1864, onde assumiu a cadeira de desenho na Academia de Belas Artes. No ano seguinte, fixou-se em Bruxelas, na Bélgica, e titulou-se doutor em ciências naturais. Alternava estadas no Rio de Janeiro e em Florença, na Itália, mas continuava como professor de estética, história da arte e arqueologia na AIBA.
Entre 1886 e 1888, pintou a tela “Independência ou Morte”. Com a Proclamação da República, foi eleito deputado da Assembleia Nacional Constituinte, em 1890. Com a queda da monarquia, o regime republicano promoveu uma reforma na Academia, que passou a chamar-se Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Os professores mais antigos e próximos do imperador foram afastados, entre eles Pedro Américo. No mesmo ano, se elege deputado pela Paraíba.
Em 1894, com a saúde bastante abalada, o artista transfere-se para Florença, desta vez, em caráter definitivo. Lá escreve dois romances: Foragido, editado em 1899, e Cidade Eterna, publicado em 1903. Apesar de sua fragilidade, pinta muito. Permanece na Itália até sua morte, em 1905.
Prêmio Funarte Medalhas do Bicentenário da Independência do Brasil
A Fundação Nacional de Artes – Funarte está com inscrições abertas para o Prêmio Funarte Medalhas do Bicentenário da Independência do Brasil. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações comemorativas do marco de 200 anos da Independência do país.
Por meio da ação, a Funarte objetiva realizar, com alcance nacional, a seleção de projetos de design gráfico digital de medalhas comemorativas inspiradas, estética e/ou simbolicamente, no Bicentenário da Independência do Brasil. A intenção é estimular o pensamento crítico, histórico, social e conceitual, bem como a difusão das artes visuais digitais, em geral, e a valorização do design brasileiro.
Serão contemplados dez projetos. Cada um deles receberá R$ 10 mil, totalizando R$ 100 mil em premiações. As inscrições devem ser feitas exclusivamente por meio digital. O edital e demais informações referentes ao prêmio podem ser consultadas aqui, na página do concurso.
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